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Oswald, Paulistas & Menezes

A Editora Civilização Brasileira acaba dê lançar o volume nº 7 das obras completas de Oswald de Andrade, contendo as suas poesias reunidas. Todas, menos O Santeiro do Mangue. Precedem os poemas, um longo e substancioso ensaio de Haroldo de Campos, Uma Poética da Radicalidade, além de uma orelha de Mário Da Silva Brito, que é o organizador da coleção. Ilustrações do poeta e de Tarsila Amaral.
Hoje, ninguém ignora que Oswald é um dos maiores nomes de nossa literatura (e o maior do modernismo original) - o que não ocorria há cerca de dez anos, quando ainda permanecia imerso no black-out editorial. Talvez a sua poesia não seja tão importante como sua prosa, mas é ainda das melhores - é criação, gozação, desinibição civilizada. Recomenda-se, inclusive, para os jovens, numa época, como a atual, com excessos provincianos de ufanismo.
Ém sua poesia, o termo mais identificado do processo é a montagem. Não apenas como efeito exterior (choques, enjambements, cortes de palavras etc.), mas como uma quebra da linearidade semântica. Noutras vezes, usa o descritivo, o relato prosaico, ora em estilo extremamente seco, ora intencionamente lambuzado, e com um ligeiro toque, um que, forja o efeito significante a espraiar-se por todo o texto elaborado. Demonstração antológica, por exemplo, é hip! hip! hoover! (Mensagem Poética ao Povo Brasileiro), que se abre com a espetacular montagem digna de um poema concreto: "América do Sul/ América do Sol/ América do Sal".
O Cântico dos Cânticos Para Flauta e Violão é outras das obras máximas de Oswald: "Sol da montanha/ Sol esquivo da montanha/ Felicidade/ Teu nome é/ Maria Antonieta d'Alkmin." E o até então inédito em livro, O Escaravelho de Ouro.

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Também organizada e apresentada por Mário da Silva Brito a antologia Poetas Paulistas da Semana de Arte Moderna, editada pela Martins. E acrescida de material iconográfico de interesse.
Mário da Silva Brito - um dos nossos maiores entendedores e pesquisadores do Modernismo - além, da apresentação, faz um apanhado biobliográfico sobre cada poeta constante do livro. E é ele mesmo quem lembra ser o caráter regional da antologia o motivo da ausência de autores como Ronald de Carvalho, Agenor Barbosa e Manuel Bandeira.
Nessa ordem de aparição, temos seleções de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Dei Picchia, Ribeiro Couto, Sérgio Milliet, Luís Aranha, Tácito de Almeida e Plínio Salgado. E lá estão, como ponto alto, poemas como Ode ao Burguês, de Mário de Andrade, Noturno, Fotógrafo Ambulante e o trecho Canção e Calendário do poema Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão, de Oswald de Andrade, Fragmento de Raça e Canto dos Brinquedos, de Guilherme de Almeida, Tangolomango, de Menotti Dei Picchia, ou tudo de Luís Aranha. Ressaltando-se também, na contracapa, um bom inédito de Tácito de Almeida, O Túnel.
Um dos melhores livros de poesia (sem versos, naturalmente) surgido nestes últimos meses, é o de Florivaldo Menezes. A invencão, a surpresa e o rigor gráfico estão presentes. Repetindo o prefácio de Ronaldo Azeredo, é para ver e, depois, usar a cabeca. Ou como diz o próprio autor: "a boa luz é a vida de seus olhos". Não há título; mas há uma faca na capa (é o título, se quiserem).

Correio da Manhã
12/03/1973

 
G. S. Fraser "The modern writer and his world" - Criterion Books
Jornal do Brasil 18/08/1957

Sophokles – “Women of trachis”
Jornal do Brasil 03/11/1957

Piet Mondrian
Jornal do Brasil 01/12/1957

The Letters Of James Joyce
Jornal do Brasil 12/01/1958

O poema em foco – V / Ezra Pound: Lamento do Guarda da Fronteira
Correio da Manhã 05/10/1958

Erza Pound, crítico
Correio da Manhã 11/04/1959

Uma nova estrutura
Correio da Manhã 31/10/1959

"Revista do Livro", nº 16, Ano IV, dezembro de 1959
Tribuna da Imprensa 13/02/1960

E. E. Cwnmings em Português
Tribuna da Imprensa 04/06/1960

O último livro de Cabral: “Quaderna”
Tribuna da Imprensa 06/08/1960

Cinema e Literatura
Correio da Manhã 07/10/1961

Um poeta esquecido
Correio da Manhã 24/03/1962

A Grande Tradição Metafísica
Correio da Manhã 05/05/1962

Reta, direto e concreto
Correio da Manhã 06/06/1962

A Questão Participante
Correio da Manhã 18/08/1962

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