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literatura

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A arte futurista da guerra

título: A soma de todos os medos
autor: Tom Clancy
editora: Record, 896 págs.
ideia: Thriller tecnológico com ação política, situado em futuro próximo e desencadeado a partir da ameaça mundial à paz


''Mas o medo real é uma pedra no fundo de seu peito./ Entende agora? Uma pedra. Apenas isso, nada mais." O jogo politico seria uma arte teatral na qual os grandes lances acontecem nos bastidores; no palco, somente os efeitos. Estes últimos, destinados ao grande público, que banca a credibilidade e paga as contas. A soma de todos os medos confirma isso através de um entrecho sofisticado, apontando para um ofício de leitura endereçado a pessoas, vamos dizer assim, cultas. A narrativa vem esmaltada, perfumada, com citações de cinema, arquitetura, história, geografia etc., além dos dados substanciais em tomo da tecnologia de submarinos, bombas, aviões ou outros artefatos. Sem falar na própria literatura - Edgar Alan Poe, Emily Dickinson e até uma definição: "Traduzir poesia não é brincadeira... um bom exercício."
Tom Clancy é um profissional de best sellers, utilizando-se aqui os dois termos no bom sentido. Entre seus livros anteriores a este, um deles, por exemplo, Caçada ao outubro vermelho, lançado em 1984 e, depois, publicado no Brasil também pela Editora Record, transformou-se em grande sucesso de vendas e foi adaptado para o cinema. Agora, com A soma de todos os medos, ele nos faz embrenhar num quiproquó altamente complexo, a se desenvolver, no entanto, mediante um relato denso e direto. Não há apelos ou convocações para destrinchar distúrbios de sintaxe ou macetes experimentalistas. Trechos em grifo correspondem ao pensamento das personagens, que aparecem mobilizadas através de narrativas paralelas.
A história ocorre num futuro próximo ainda vinculado ao fim da guerra fria, à tensão no Oriente Médio e à movimentação dos terroristas. Em suma, a luta feroz pelo mercado da informação. Norbert Wiener, o pai da cibernética, dizia que viver efetivamente é viver com a informação adequada. Daí, a porfia, que pode ir do nível intelectual ao policial ou vice-versa. Os tipos humanos, dentro dela, oferecem variadas modulações de caráter e concepção de valores, oscilando por aquilo tudo que é viável no proscênio político: os cínicos, os vaidosos, os corruptos, os atilados, os conformados ou inconformados, sem falar nos idealistas, como de praxe, os mais desastrados. Voltamos ao problema do medo. Não é mais predominantemente físico, pessoal, declinável - é um algo mais inevitável pairando no ar. Vem do absurdo e do irracional gerado pelo desenvolvimento incontrolável do poderio bélico. Vem com a violência. Isso tudo está bem costurado dentro do contexto de conflitos e situações elaborado por Tom Clancy num romance que consegue sustentar o interesse do leitor.

Revista IstoÉ
26/05/1993

 
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