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O riso difícil

Jô Soares já viveu programas melhores, já sobraçou melhores marés mas ainda é um dos nossos maiores cômicos, trazendo consigo uma carga de intelectualização que faz perpassar discretamente, aquela capacidade de crítica política, vasada em setas risonhas, porém afiadas. Ele pode ser lembrado, a chamar a atenção pelo porte físico, desde aquelas comédias e chanchadas do incipiente cinema nacional de outrora. Eis o culto do Gordo. Quando, temporariamente, ficou magro, perdeu a vocação, porque perdera o que se chama plysique du rôle (a aparência adequada ao papel) - assim como a maioria das mulheres que emagrecem tentando seguir a trilha das manequins, sem saber que manequim é todo um savoirfaire com a artificialidade e, aí sim vale ser magra no meio da horda de fátuos e fátuas, bem ou mal nascidos, mas com dinheiro no bolso.
Já mantém o dinamismo com o corpo-balão. Histrionicamente, só perde para o fabuloso Costinha. Ajudado por atores e cômicos experimentados, como Luís Delfino, Brandão Filho, Paulo Silvino ou Flávio Migliaccio, pelas mulheres dengosas & vaporosas, monta seus quadros e suas "cortinas" (cortina é uma cena ligeira entre duas de maior fôlego).
No úÍtimo programa, o primeiro quadro já era político, mediante a história do rei que só conseguiu rir quando o seu delfim sussurrou-lhe dizendo que iria cumprir a carta de intenções do FMI. No segundo, o travesti (Jô) Alice encontra o trocadilho da "bruxa está solta", lembrando novamente a situação do Brasil. O Telejornal, com o cuco, não estava dos melhores e acabou em pastelão. E, depois, lá estava o homem da loja; agora de peles, sempre a atender o telefone e gritando: "ô Waldir!!'" - sem brilho. O Juruna aparece com um projeto de acabar com o dinheiro e surra seus pares com papelório. O quadro de encenação da filmagem do velho oeste, com os quiproquós de praxe, ainda é o mais hilariante. No mais, algumas piadas infames, como aquela Cortina dos noivos e a invocação às mil e uma noites. Fazer rir, cansa.

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