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TVE: Nélson Rodrigues

Segundo a TV-Educativa. naquela terça-feira. A abertura de seu programa, Em Cena o Autor, captando Nélson Rodrigues ou a Obsessão Viva, traria ao vídeo o "pai da dramaturgia moderna no Brasil". Muito elementar.
Nélson Rodrigues foi, talvez, a maior vítima da censura no Brasil. Hoje é panegírico da TV-E. O lugarcomum os burocratas rendem-se ao óbvio. "O óbvio ululante" - do qual ele tanto falava. Aqui mesmo neste Jornal, deitou as suas idéias. Brincou com o moralismo da classe burguesa. Nélson foi um moralista de escol - o que ele sabia, como poucos, era condenar a hipocrisia de toda uma sociedade. Chegava nos restaurantes - o Nino de preferência - e dizia: "quero um filé com fritas feitas na hora!"
Em Cena o Autor, tinha roteiro e direção de Alcione Araújo e o elenco estava formado por Neila Tavares, Djenane Machado, Betty Erthal, Ivan Cândido, Lourdes Maver e José Mayer. A voz de Nélson estava reproduzida por Paulo César Pereio.
Não conseguiu, ainda dessa vez, a TV-Educativa proporcionar o espírito Nélson Rodrigues. Ficou tudo no anódino meio-termo. Mesmo porque Nélson era um radical - e a radicalidade exige aquele mínimo de expressividade. Um belo dia, dizia a nós - o dramaturgo - que tinha medo dos parâmetros oficiais. O programa de TV chegou para mostrar que ele estava entalado de razões.
O acadêmico reconhecimento oficial. É tão engraçado. Lembramo-nos da estréia de Perdoa-me por me Traíres, quando o então vereador, Wilson Leite Passos, pulava do camarote, em pleno Municipal, e queria expulsar o elenco de revólver em punho. E Nélson no meio dos atores. A importância de NR não é só como dramaturgo. Em suas crônicas, alterava o léxico. Brincava com todas as facilidades verbais. Forjou personagens da vida real. Convivia com o que na vida, talvez houvesse de melhor: o Marcelo Soares de Moura, com seus almoços: o "Marinheiro Sueco": o Pedro do Coutto: o pintor das igrejas e grã-finas: enfim, o Rafael de Almeida Magalhães, com a sua efígie de moeda.
A TV-E fez um esforço. Mas quem viveu Nélson sabe que é preciso muito mais.

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