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Finais felizes

O folhetim era sempre maniqueísta: vamos explicar - a luta entre o bem e o mal. Há personagens que traduzem o bem: outros, o mal. O desfecho de Louco Amor não poderia deixar de simbolizar a mesma coisa. Só falta que, certo dia, tenhamos Gilberto Braga no colo de Janete Clair: para tudo acabar bem, de vez. Vamos rezar.
Renata (por exemplo), a respeitável (como atriz, como atriz!) Teresa Raquel, foi desmontada, aos poucos, pelo autor do enredo. Na primeira vez, quando foi reduzida ao ridículo, pela falsa tentativa de conquista, por Guilherme, e depois quando perdeu totalmente os fracos laços que ainda a prendiam até a Patrícia, que resolveu definitivamente escapar aos fracos laços de influência. Foi reduzida à gerente de pensão em Teresópolis, punida pela destruição que espalhou à sua volta. Assume a sua verdadeira identidade: de Agetilde Rocha. ·
Os bons são colocados no paraíso. Só não se salvariam os "Alcoólicos Anônimos" que, com sucesso, perseguiram Alfredo. Nenhuma pessoa, dotada de bom senso, acataria uma sociedade dessas. Numa sociedade que se preze, todos iriam correndo (pensando em sorver um
Black Label, a preço de banana) inscrever-se em qualquer clube do bebedores ao vivo. Afinal de contas - safando-se os incautos ouvintes a sério das novelas - beber (e beber álcool) é uma das melhores coisas existentes na face da Terra. Esse escandaloso moralismo das novelas não assusta qualquer pessoa relativamente civilizada. E a galera que vê TV na Rocinha (80 mil habitantes) só tem dinheiro para engolir a santa cachaça.
Infelizmente, o amoralismo somente banha as telenovelas na superestrutura. No final, chegam as condenações de praxe. Aliás, os assim chamados bons temas nunca ajudaram a arte. O que qualquer pessoa dosada de bom senso torceria é para que o personagem vivido por Fernando Torres enchesse a cara até o fim da vida. E, nunca, nunca, caísse no colo de um pequeno bando de irresponsáveis. Num mundo, onde os pretensos responsáveis não têm idéias, só os loucos apitam. É isso aí. Que ninguém se iluda com o ridículo moralismo. José Lewgoy e Lady Francisco sabem disso. Olé.

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