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Poesia

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A EDITORA - Provavelmente por iniciativa do próprio autor, já que do volume não consta indicaçao de editora, trazendo apenas a informação de que foi composto e impresso na Irwa Indústria Gráfica Ltda, José Lino Grunewald publicou, em 1958, um livro de poemas, intitulado "um e dois", que só agora viemos a conhecer, pois não houve distribuição para Belo Horizonte na época.
O AUTOR - José Lino Grünewald é carioca, tendo começado a escrever em 1956, no Jornal do Brasil, assinando então a critica de cinema e a critica literária do suplemento literário. Nesse mesmo diário publicou o seu primeiro poema, aparecendo aí como um dos novos poetas da linha concretista. Apesar, porém, de escrever no Rio, passou mais tarde a filiar-se ao grupo concretista de São Palo, junto ao qual encontrou o sentido vivo dos propósitos concretistas, já que os seus companheiros do Jornal do Brasil se transformaram em "neo-concretistas" - uma forma de poesia destrutiva ou "arte inútil", do tipo da que Maiakovski não quis reconhecer como poesia. A proposito, José Lino Grünewald publicou, em separata da Revista do Livro, em junho de 58, um estudo sobre a poesia concreta. O poeta já apareceu também em antologias esparsas, inclusive na Alemanha. Agora, colabora esparsamente no Correio da Manhã, do Jornal do Brasil, e ainda participou de suplemento literário do Correio Paulistano, dirigido por Haroldo de Campos. Deverá em breve ser publicada na Alemanha uma edição de poemas seus, numa coleção de fascículos individuais de poetas concretos de todo o mundo. Participa da redação da revista "Invenção'", atualmente em fase de formação, também do grupo concretista da São Paulo.
O LIVRO - O título dado à sua coletânea de poemas, "um e dois", indica claramente que o livro apresenta duas fases de realizações: a primeira, de poesia de temática intimista, de forma vazada na frase, com elementos de construção conhecidos; a segunda, já poesia concreta, utilizando-se o autor de novos elementos, abandonando a sintaxe discursiva e fazendo a palavra aparecer em suas dimensões semântica, sonora e visual.
É curioso observar, no entanto, que mesmo, na primeira fase já estão presentes as suas preocupações de modificação nos métodos de compor, assim como na segunda continua presente a rima, como elemento sonoro indispensável. O primeiro poema da fase "um", poema de amor, embora não utilizando a mera visualidade gráfica, é o que nos parece melhor realizado, tornando bastante evidente a sua funcionalidade como representação de uma idéia-sentimento. Já a fase "dois" mostra o poeta desprendido da comunicação verbal, procurando outra espécia de comunicação, através do planejamento racional do poema, palavra então objeto e não mera idéia do objeto.
COMENTÁRIOS - Apesar de reconhecermos em José Lino Grünewald um poeta que não se vale do concretismo como de uma acrobacia formal e faz de suas descobertas na área linguística uma séria e autentica experimentação poética, o livro "um e dois'" ainda nos parece apenas uma etapa de sua obra, provavelmente já ultrapassada, desde que o livro é de 1958. Caminhando agora os "concretistas'" (grupo de São Paulo) para um apoesia participante, em que o problema do tema, do conteúdo, e a exigir criação mais válida, acreditamos que José Lino Grünewald possa nos dar algo mais que o seu poema petroleo (antes político que social, mas ainda assim bastante expressivo), possa a vir realizar artisticamente um estado de espirito coletivo, tal como é a preocupação nacionalista de nossos dias. E repetimos Malakovski, poeta de que tanto se valem os concretistas: "Não reconhecemos uma arte inútil" esperando com entusiasmo seus próximos trabalhos.

Estado de Minas
10/09/1961

 
O melhor da poesia, em catorze versos
Afrânio M. Catani O Estado de São Paulo 13/03/1988

Contatos imediatos com o infinito da poesia
Julio Carlos Duarte O Estado de S. Paulo 17/12/1988

O traidor da poesia - entrevista
Mauro Trindade Tribuna da Imprensa 24/01/1989

A fina flor da poesia no cardápio de Grünewald
Carlos Ávila Caderno de Cultura 26/02/1989

José Lino Grunewald, um senhor crítico
Lélio Sotto Maior Jr. Jornal das Letras 01/09/1989

O idílio devastado
Mauro Trindade Jornal do Brasil 19/12/1989

Grünewald traduz Mallarmé
Moacir Amâncio O Estado de São Paulo 15/12/1990

Tradução primorosa traz inéditos de Mallarmé
Marcelo Coelho Folha de S.Paulo 19/01/1991

Um arauto da modernidade
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Timidez e polêmica de um poeta de circunstâncias
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A França no Século 19
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Panorama multiforme
Raquel Ramalhete Jornal do Brasil 01/02/1992

Com cadeira cativa na Cultura
Fernando Daniel Chomsky Tribuna da Imprensa 15/02/1992

Vai e vem
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