"Ontem, assinalamos, no quadro do "Conselho de cinema", quatro estrêlas para A Embriaguez do Sucesso. Ontem mesmo, fomos revêr a fita de Mackendrick. E, apesar da inadaptabilidade do cinema Alvorada para a plena apreciação de qualquer espetáculo cinematográfico, apesar do mau estado da cópia (várias passagens saltadas), constatamos que a fita; hoje, não merece tal cotação. Em quatro anos mudou o sentido do cinema e, em consequência, a concepção do crítico.
Um argumento de choque - um bom diretor - intérpretes bem razoáveis (Burt Lancaster à frente) - acompanhamento musical com ótimos efeitos (Elmer Bernstein), embora, no Alvorada não se ouça direito - um grande fotógrafo (James Wong Howe). Os elementos são, isoladamente, valiosos, mas o seu relacionamento conduz o nexo estrutural a um processo de masiadamente repisado. Há um brilho de efeitos exteriorizantes, mas pouca substância – a carência de um maior sentido formulativo. Esta contribuição de Mackendrick, artisticamente, tem apenas no tempo de um halo; o seu "doce odor de sucesso"...
Correio da Manhã
19/08/1962