"The Quiet Man é um dos raros filmes americanos da safra do último decênio que ainda se mantêm imtactos, com o frescor da estréia. Embora Ford seja um homem que, já há algum tempo, venha-se mantendo excessivamente tranquilo com relação aos básicos problemas formativos da linguagem cinematográfica, não resta dúvida no tocante à sua contribuição passada, para a afirmação valorativa do meio de expressão. The Quiet Man não constitui ápice fordiano, como The lnformer ou Stagecoach, porém reafirma a mestria do cineasta, quando a conjunção isomórfica entre o seu sentimentalismo (às vêzes, tão desajustado expressivamente, como em Asas the Águias ou no incrível O Último Hurra) e o instrumento fílmico se manifesta precisa. E apesar de encontrar o seu melhor habitat nos westerns e nas cavalgadas, como o reafirmam duas recentes obras maiores, - The Searchers e The Horse Soldiers -, o Homem Tranquilo evidencia aquilo que consiste numa de suas conquistas inaceitáveis: um dos poucos diretores que bem estratificaram uma ambiência e um temperamento próprios".
Correio da Manhã
27/05/1962