O planeta das possibilidades impossíveis
Louis Pauwels e Jacques Bergier
tradução de Guttorm Hanssen
Edições Melhoramentos
As galáxias da alta especulação
Aqui está o terceiro trabalho da dupla Louis Pauwels-Jacques Bergier, traduzido no Brasil - os outros foram o famoso
O Despertar dos Mágicos (Le Matin des Magiciens) e
O Homem Eterno (L'Homme Eternei). Ambos destacaram-se também como figuras proeminentes da conhecida revista
Planète; além dos inúmeros artigos lá publicados, Pauwels, como diretor e Bergier fazendo parte do comitê de redação.
O Planeta das Possibilidades Impossíveis (perspectivas para o terceiro milênio) constitui lançamento das Edições Melhoramentos, na tradução de Guttorm Hanssen, feita do alemão (Der Planet der unmog!ichen Moglichkeiten), com capa de Herbert Horn.
Louis Pauwels e Jacques Bérgier, desde o best-seller mundial,
Le Matin des Magiciens, introduziram o chamado realismo fantástico, ou seja, um método de exploração, de conhecimento, a desprezar o convencionalismo e o logicismo formal, proporcionados restritivamente pelo que se entende como realidade. Ou seja, um entendimento antolhado pelo racionalismo de causa e efeito. Em 1960, quando lançaram seu livro, procuraram evidenciar que outros meios e fenomenos são tão reais ou naturais, como aqueles já catalogados - coisas como parapsicologia, palenteologia, descobertas arqueológicas e sua decifração, retorno das sociedades secretas, presença dos discos voadores, em relação com o desenvolvimento espetacular da ciência: viagens espaciais, vida artificial, computadores eletronicos. Para eles, volta a ciência à glória, às galáxias da alta especulação. Renasce a alquimia das cinzas e homens como Teilhard du Chardin, Jung, Fulcanelli, Oppenheimer ou Gurdjieff mostraram quais as antenas ligadas.
Agora, este
Planeta das Possibilidades lmpossíveis traduz consequência de tudo isto. Aliás, consiste o livro na compilação de artigos e ensaios mais importantes dos dois autores, anteriormente publicados na revista
Planète. A grande maioria pertence a Bergier. Lá estão assuntos, como a radioastronomia, inteligência extraterrestre, história do cérebro eletronico, relações entre magia e ciência, os quasares, o quarto estado da matéria, psicoquímica, programação de células humanas. Em suma, o fascínio da especulação.
Para ambos, tal como na época dos grandes navegadores, nós nos encontramos, com as viagens espaciais e consequente conhecimento extra terreno, diante de uma Segunda Renascença.
E diante da qual também o escritor deve .abandonar uma perspectiva individualizante e sair para outra. Pauwels agita o exemplo de Pierre de Ronsard: fazer uma nova
Plêiade.
Correio da Manhã
08/10/1972